sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Bermelho imita Renan e não quer largar o osso

Editorial do Jornal ABC Reporter (29/10/2007).

Bermelho imita Renan e não quer largar o osso

Carl Gustav Jung (1875-1961), fundador da escola analítica de Psicologia, tornou-se mundialmente conhecido com sua teoria do inconsciente coletivo. Segundo Jung, o inconsciente coletivo não deve sua existência a experiências pessoais, não é adquirido individualmente. Ele é herdado; um conjunto de sentimentos, pensamentos e lembranças compartilhadas por todos.
Por exemplo: o medo de cobras seria transmitido pelo inconsciente coletivo, criando uma predisposição para que a pessoa tema as cobras mesmo sem nunca ter passado por uma experiência de contato real.
O apego aos cargos demonstrado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), e pelo reitor da Fundação Santo André, Odair Bermelho, justifica a imagem que a população tem dos políticos e daqueles que ocupam cargos políticos.
Nas campanhas eleitorais eles se apresentam procurando demonstrar espírito público, altruísmo, vontade de colocar seus talentos a serviço da comunidade.
No inconsciente coletivo, o eleitor não acredita nos políticos. O anônimo cidadão comum tem convicção de que eles buscam os cargos públicos única e exclusivamente defender seus interesses pessoais.
Infelizmente, a maioria da população não separa o joio do trigo e coloca todos os políticos na mesma vala.
Como explicar tamanho apego aos cargos, na contramão da opinião pública, senão na defesa exclusiva de seus interesses pessoais?
Bermelho, assim como Renan Calheiros, não quer largar o osso da Fundação porque as chaves do cofre ainda estão em suas mãos. O mesmo cofre que pagou suas diversas viagens internacionais e arca com o ônus das manobras que faz para se equilibrar no cargo.
Tal como no Senado, onde Calheiros usou o cargo de presidente para aliviar seu pescoço, Bermelho sabe que, perdendo a posição que atualmente ocupa, sua defesa pessoal se tornará ainda mais difícil.
Haja altruísmo!

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